Você sabia que o Brasil tem um enorme potencial para produção de energia solar?
Para você ter uma ideia, no local menos ensolarado no Brasil é possível gerar mais energia do que no local mais ensolarado da Alemanha, que é um dos líderes mundiais no uso da energia fotovoltaica.
Aliás, existe uma região no Brasil que o potencial solar se destaca. A região é chamada de Cinturão Solar.
Neste texto você vai entender um pouco mais sobre o potencial solar no Brasil e o Cinturão Solar.
Evolução da Energia Solar no Brasil
Nos últimos anos a produção de energia elétrica por meio de tecnologia solar fotovoltaica no Brasil está crescendo em ritmo acelerado, embora ainda represente aproximadamente 1% da matriz de energia elétrica do país (BEN, 2020). Ainda assim, os estudos realizados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) identificaram um potencial de geração de energia solar no Brasil que chega a 2.281 quilowatts-hora por metro quadrado por ano (kWh/m²/ano).
De antemão, este valor é equivalente para produzir três vezes o consumo residencial anual nos estados da Bahia e de Pernambuco!
Do mesmo modo, o Brasil apresenta uma distribuição bastante uniforme de irradiação solar, que varia pouco na geografia do país. Entretanto, há uma exceção: a região amazônica. Lá tem muitas chuvas durante o ano e, por isso, não desperta interesse para grandes empreendimentos em energia solar.
Somente com a REN nº 482 em 2012 o Brasil iniciou suas atividades com energia fotovoltaica, mas o crescimento real mesmo foi dado a partir de 2014. Simultaneamente, esforços do governo e da iniciativa privada, fazem com que o país esteja cada vez mais perto de utilizar todo o seu potencial para se tornar uma verdadeira potência no mercado de energia fotovoltaica.
O investimento em energia solar vem crescendo a cada ano. De acordo com a ANEEL, até 2030, o Brasil pode investir até 100 bilhões de reais em energia solar, o que representa cerca de 25% das matrizes de energia de todo o país.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor gerou 130 mil novos empregos no Brasil entre 2012 e 2019.
Já percebeu que nosso país também tem um grande potencial nos aspectos econômicos para geração de energia solar? Agora, vou te falar mais sobre o Cinturão Solar.
Felizmente, o setor de energia solar está se desenvolvendo muito bem no Brasil e tem acesso fácil a metodologias e dados, como os fornecidos pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), para a tomada de decisão a cada instalação.
O “cinturão solar” foi definido pelo Atlas Brasileiro de Energia Solar, elaborado pelo INPE. Neste estudo, o INPE identificou que os maiores valores de irradiação solar ocorrem no chamado cinturão solar. O cinturão solar delimita uma área que vai do Nordeste ao Pantanal na qual as melhores taxas de irradiação solar se encontram entre o sertão da Bahia e parte de Minas Gerais. Ou seja, o Atlas funciona como uma ferramenta para incentivar os investidores a implementar mais projetos de energia solar, agora com uma base mais confiável de evidências.
Uma novidade do estudo é a recomendação de que os investimentos em novas plantas de geração de energia fotovoltaica busquem também áreas mais ao sul, que abranjam o sudoeste de Minas Gerais, passando pelo noroeste de São Paulo e o norte do Paraná.
Embora apresentem níveis de irradiação solar um pouco mais baixos que os do Nordeste, essas áreas têm acesso a mais pontos de conexão com o sistema interligado de transmissão de energia elétrica do país.
O Atlas identificou uma tendência de aumento da irradiação solar em quase todas as regiões do país.
No Sudeste, por exemplo, a média diária de irradiação solar em 2006 foi de 5 kWh/m²/ano; em 2014 houve um leve aumento, para 5,2 kWh/m²/ano.
A exceção é a região Sul, que apresentou uma redução da incidência de radiação solar. Em 2006, a média era de 4,7 kWh/m²/ano e, em 2014, caiu para aproximadamente 4,5 kWh/m²/ano.
Um fato interessante é que, nos meses de verão, especialmente de dezembro a março, a geração é máxima nos estados do extremo Sul e Sudeste, coincidindo com os picos de demanda registrados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para essas regiões.
Por isso, a adoção da geração solar fotovoltaica distribuída pode aliviar os sistemas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) justamente quando a eletricidade é mais consumida.
Já parou para perceber que as cidades que mais apresentam potência instalada estão no cinturão solar?
Me conta, você está nessa área do cinturão solar? Já fez projetos nessa área? Compartilhe com quem está neste local.